Geral Opinião

O início do fim da União Europeia

O Conselho da UE reuniu ontem, por vídeo-conferência, para discutir e aprovar vários pontos em agenda, relacionados com a Pandemia do Covid-19.

O Conselho da UE  é a Instituição Europeia mais importante, pois é nele que são tomadas as grandes decisões,.

Ao contrário dos governos nacionais nem a Comissão Europeia , nem o Parlamento Europeu têm este poder, de decisão, pois embora ao Parlamento, com o Tratado de Lisboa, já lhe tenha sido atribuído  o poder de co,-decisão com o Conselho nalgumas matérias muito restritas, pelo facto da União ser uma Instituição  intergovernamental, e não Federal como os EUA.

No Conselho têm assento os Chefes  de Estado  ou Primeiros- ministros dos agora 27 Estados-membros da União.

Com 27 Estadoss-membros é muito difícil arranjar Consensos nalgumas áreas como a Segurança e Defesa,, Relações Exteriores, e finanças comuns  e mesmo de se  conseguirem  maiorias simples ou qualificadas, dado que os  Estados-membros  não têm todos o mesmo número de votos, uma vez  que estes dependem  da  dimensão territorial e população  de cada um.

Com o apressado alargamento da UE, feito sobre pressão dos EUA, para nela  se integrarem  os países recém saídos da esfera de influência da URSS, entraram para a UE novos  Estados-membros sem economias de mercado a funcionar e com diferentes visões da organização dos até então  Estados-membros da  União.

Alguns desses novos  Estados-membros, atualmente, nem deveriam   pertencer à UE, que é uma União de democracias liberais, dado terem-se tornado autocracias, ou como definiu o Presidente Húngaro, em democracias  iliberais.

A UE não tem tido coragem de expulsar esses  novos Estados-membros autocráticos  do seu seio, facto que só a fragiliza, descridibiliza e a  torna  ainda mais ingovernável.

A Polónia e a Hungria dois Estados-membros, ora autocráticos, ontem votaram contra a mutualização da dívida europeia para fazer face à Pandemia, juntando-se assim à Holanda que, na última crise de 2008, acusou os países do Sul de ociosos gastadores e por isso merecedores de punição exemplar e, à Alemanha que  também não tem querido abrir os cordões à bolsa, muito embora possua um elevado superavit, mercê de ser o  Estado-membro que mais tem ganho com a implementação do Euro, desde a sua implementação.

De acordo com o nosso Primeiro – ministro António Costa  a Alemanha, no Conselho de ontem, não terá manifestado uma oposição tão veementemente  à adoção de Corona Bonds, para fazer face à Pandemia do Covid-19

Espero sinceramente que este problema da mutualização da dívida se resolva sobre risco da extinção da própria UE.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva