Opinião

UM ANO

MAIS À NOSSA JÁ LONGA HISTÓRIA

Ontem até choveu pedra em forma de água gelada, por duas vezes, em curtos períodos de tempo, e hoje após uma noite com algumas chuvadas temos nuvens negras a ocultar o céu.

 Assim começa este ano, já chamado de esperança. Esperança para não acontecer esta prisão domiciliária que alguém nos obriga para nosso bem.

Nunca tanta gente quis o nosso bem.

Por ser muita gente, muitos de nós mais distraídos com coisas banais de querer mais um emprego para ajudar a economia da casa, pois isto não está fácil, e o dinheiro não estica,…nem se apercebe deste bom fazer.

Ao olhar para o lado é desemprego, onde sempre havia procura, amigos nossos estão em layoff, com rendimentos reduzidos e com futuro suspenso,

Negócios de casa cheia, agora choram esses tempos que tardam em voltar.

Tal como os tempos, mudam-se algumas vontades.

Como idoso no activo ainda recordo o tempo das fortes mudanças.

Em determinada altura só havia empregos para altamente especializados e cursos superiores. Depois só para quem percebia de alta tecnologia dos computadores. Só trabalhavam de bata branca e em salas climatizadas.

Hoje até o criado de mesa trabalha com tablets.

Centenas de empresas fecharam com a crise, ou outra nova crise (já foram tantas que nos levam a dizer que vivemos no pequeno intervalo das crises).

Todavia o revés da mudança – quem trabalhava na construção civil, na retoma, lucrava mais do que os doutores formados em quantidade. A falta de mão-de-obra, fez subir astronomicamente os salários para valores nunca vistos.

Chegaram os imigrantes, brasileiros, gente de Leste, gente de Oriente, mais uma grande mudança.

Numa terra, como a nossa, de emigrantes tudo parecia bizarro. Casas velhas a cair, pequenas e apertadas, davam guarida a famílias inteiras de muitos parentes.

 No fundo da mesma forma, ou ainda pior fizeram os portugueses em França, com clima bem mais desfavorável. E naturalmente gente enriqueceu com esses alugueres. Há sempre ocultas maneiras de ganhar dinheiro.

Hoje já se enxerga que uma boa parte dos imigrantes que temos, gente ordeira e trabalhadora, gere muitos e bons negócios, pequenos alguns, mas com possibilidades de saltarem para plataformas diferentes.

Barbeiros, cabeleireiras, empregadas de limpeza, massagistas,cuidadoras de idosos, dentistas…

Aparecem os primeiros universitários filhos da primeira geração de imigrantes.

Sem pretender calendarizar a história recente, matéria deixada a gente mais credenciada, voltemos à nova realidade…

Hoje a mudança só será possível graças à Vacina que foi feita em terras da Alemanha por gente originária da Turquia.

 Emigrantes que o mundo da América e da Inglaterra escorraçam, esquecendo as suas origens, enquanto países mesclado de tantas raças e origens, mas agora aplaudindo a descoberta, e em primeiro lugar requisitada e paga a peso de ouro, para matar o vírus que parou o mundo e provou que o dinheiro não resolve tudo.

Tudo isto leva a pensar que na verdade muito irá mudar neste ano que agora começa.com nuvens negras a tapar o céu.

Ano da esperança de mudar, pelo menos, as mentalidades de todos nós.

Helder Martins