Opinião

É preciso planear para vencer a pandemia

A única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado, esta frase do filósofo Shopenhauer, adequa-se na perfeição a estes tempos estranhos de Pandemia.

Ainda não foi desta, o vírus é bonzinho, tem poupado Portugal, coitados dos italianos, foi milagre e o lobo comeu o rebanho espanhol, o nosso safou-se.
Shopenhauer consegue com esta frase e com a tese que a suporta, caracterizar muito bem a sociedade humana, em que nos satisfazem, quando alguma desgraça não nos atinge, a nós, à família e à nação, e por esse facto rejubilamo-nos e até proclamamos a existência dum milagre.

E porque nos fiamos na sorte, no milagre e na Nossa Senhora de Fátima não planeamos nunca nada, tudo é conduta.

Quando começou a Pandemia convenci-me, erradamente, que o governo iria utilizar a capacidade de comando e controlo existente no CEMGFA, com todas as possibilidades de planeamento operacional e logístico existentes, que inclui o sistema logístico Adams, testadíssimo e comprovado, bem como a capacidade de comando, coordenação e controlo.

A capacidade instalada, os sistemas informáticos, testados em operações NATO e Nacionais são uma capacidade única que, pode e que deve ser utilizada em casos de emergência nacional.

O pessoal deste centro de comando, instalado em Oeiras, nas antigas instalações do Cinciberlant, em estado de emergência, deve ser reforçado com pessoal na reserva e na reforma para poder trabalhar 24 sobre 24 horas, habituados a este trabalho, bem como com especialistas na área da saúde, entre outros, julgados necessários para de uma forma integrada se resolver o problema.

Deixem-se de ideologias e usem todas as capacidades existentes no país, militares e civis.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva