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Basta

Hoje comemora-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Lembro-me do meu pai dizer na brincadeira e à laia de provérbio “Numa mulher não se bate nem que seja com uma flor”.

“A dimensão do problema continua a ser alarmante: na Europa, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física e/ou sexual; na UE, praticamente todas as vítimas de tráfico para fins de exploração sexual são mulheres ou raparigas.” (Federica Mogherini)

De acordo com a APAV e com números relativos a 2019, temos 8.394 casos de violência por ano, 23 por dia e 161 por semana, exercida sobre mulheres em Portugal.  

Estes números significam um aumento de cerca de 40% face ao ano anterior. Algo me diz que em 2020, tendo em conta o confinamento e outros fatores inerentes à pandemia, este crescimento deve de novo aumentar.

Este tipo de abuso, ignorância, crime e cobardia não faz sentido existir nos tempos modernos e é até estranho falarmos destas dimensões em 2020.

Para além da denuncia de casos que por vezes conhecemos, mas que por força do ditado “entre marido e mulher, não metas a colher” não tomamos nenhuma atitude, a própria vítima tem que tentar pôr cobro a esta situação, ocultada no “seio familiar”, denunciando e procurando ajuda.

Felizmente já se nota alguma tendência para a punição criminal de muitos destes casos, embora todos saibamos que, por questões de dependência financeira ou outras, muitas mulheres continuam no papel de vítimas silenciosas. 

Dalai Lama disse “Violência não é um sinal de força, a violência é um sinal de desespero e fraqueza.”

Carlos Sousa – KPhoto