Opinião

As escoltas policiais

O que eu esperava aconteceu, o facto de haver divisões de responsabilidades territoriais, entre a PSP e a GNR, veio à tona com a distribuição da vacina por todo o país, facto que, em minha opinião é importante, por alertar para um anacronismo existente e rivalidades bizarras entre polícias, num país pequeno como o nosso.

Desde sempre que este problema existe e dificulta o planeamento e a coordenação de qualquer movimento ou transporte que, necessitem de escolta policial, conforme determinado pelo SIS que de acordo com a ameaça determina o grau de risco, pois nas áreas da responsabilidade da PSP a escolta é da PSP e nas áreas da responsabilidade da GNR a escolta é da GNR.

Quando há entidades estrangeiras em Portugal, é necessário coordenar e marcar lugares precisos, em que uns cedem a escolta aos outros, a título de exemplo uma deslocação Lisboa, Mafra, Sintra, Cascais, Lisboa, a escolta muda sempre que se entra em zonas urbanas onde exista PSP, e muda nas estradas e autoestradas chegando estas a mudar 10 vezes.

Este anacronismo foi notícia esta semana e evidenciado, no atraso da entrega das vacinas em Évora e, consequentemente em Faro, por Évora ser da responsabilidade territorial da PSP, onde a GNR não pode entrar.

O MAI Eduardo Cabrita determinou a abertura de um inquérito porque o caso foi notícias nas televisões nacionais, malgrado deva conhecer a anacrónica legislação existente relativamente a escoltas policiais.

É o país que temos e não vejo ninguém que altere ou tenha coragem de alterar este estado de coisas.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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