Opinião

As eleições nos USA

A América está completamente partida ao meio. A noite eleitoral foi, como se esperava, longa e por enquanto inconclusiva. É um mau presságio para os defensores, como eu, da democracia liberal e representativa, pois espera-se que os tribunais façam o papel que cabe aos eleitores, facto inédito e grave, pois parece que uma das partes não quer contar os votos por correspondência, que sempre contaram.

Não querer contar votos expressos pelos eleitores, não me parece uma atitude democrática, e se o processo de contagens e recontagens, for muito demorado, há o risco da União se partir e o mundo assistir em direto à implosão de uma grande potência, com consequências incalculáveis para todo o mundo.

O Império Romano caiu de forma semelhante, com a chegada de imperadores com caraterísticas semelhantes à do atual presidente dos EUA, com todas as consequências que teve no mundo na altura, de que são exemplo os imperadores Calígula pelo seu narcisismo, e Nero que numa atitude tresloucada incendiou fisicamente Roma.

Trump, em minha opinião, também incendeia o país, embora digitalmente através do Twitter, apelando constantemente à sua base eleitoral de apoio e de fanáticos para se manterem alerta em caso de necessidade.

Espero sinceramente que tal não aconteça e que os USA continuem a ser a potência farol da civilização ocidental, defendendo os valores da democracia liberal e da liberdade. Chapeladas eleitorais, embora previsíveis e possíveis, não são aceitáveis.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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