Opinião

A pandemia e a oportunidade perdida de se votar eletronicamente

Existe alguma controvérsia acerca de se efetuarem as Eleições Presidenciais presenciais, em plena segunda vaga da pandemia e, em estado de emergência, facto que muito está a dificultar os candidatos presidenciais de efetuarem as suas campanhas eleitorais de uma forma tradicional, com comícios, arruadas e jantares, obrigando-os a recorrer preferencialmente às redes sociais, para passarem as suas mensagens.

Em minha opinião, apesar de todos os constrangimentos derivados da pandemia, as Eleições Presidenciais têm de se efetuar, pois a democracia não está, nem pode vir a estar, suspensa com a Covid, muito embora haja dificuldades de vária ordem logística que, têm de ser equacionadas.

Uma das muitas dificuldades, prende-se com a obrigatoriedade do voto ser presencial, embora haja algumas, poucas, exceções previstas na lei, havendo por esse motivo receio de que as mesas de voto possam vir a ser locais propícios á disseminação do vírus, uma vez que, mesmo com um número mais alargado de mesas de voto, conforme indicado pelo governo, o risco de contágio, embora baixando, existe sempre.

Neste contexto pandémica, os idosos institucionalizados em lares, em minha opinião, nunca deles deverão sair, para exercer o seu dever cívico, por serem o grupo com maior risco, pelo que parece que o governo, tardiamente alertado para esse facto, está à última hora, em vias de decidir que estes possam votar nos respetivos lares.

Penso que nestas eleições e, devido aos constrangimentos elencados, se deveria ter previsto a hipótese de se mudar a lei, permitindo a utilização do voto eletrónico, pois é nestas alturas de crise que é necessário, sermos disruptivos e usarmos todas as ferramentas existentes que a tecnologia disponibiliza, evitando assim que a abstenção, paradoxalmente, venha a ser o candidato presidencial vencedor.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

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