Opinião

Os fins do Estado

Os fins do Estado

Ensinaram-me os grandes mestres da Estratégia nacionais, generais Cabral Couto e o recentemente falecido Loureiro dos Santos, que os fins últimos do Estado são os de garantir a Segurança, o bem – estar e a prosperidade, e que sem um deles os outros não são atingíveis.

A Segurança interna e externa  do Estado é algo que tem permanentemente que ser preservada, competindo ao Estado essa Missão.

O último acontecimento ocorrido na estrada 225 no concelho de Borba, após os dois incêndios dramáticos do ano de 2017, e o assalto de Tancos, são graves quebras inadmissíveis de Segurança, que deixaram  marcas profundas na credibilidade do estado, cuja administração tem obrigação de por ela zelar e preservar. Quando a administração não Zela convenientemente pela segurança, os cidadãos deixam de nela confiar.

Não sei de quem é a responsabilidade e a culpa, ou as culpas, no caso do colapso da estrada em Borba, sei sim que é obrigatório que a culpa não morra solteira em termos políticos, e eventualmente em termos criminais, embora duvide que neste como noutros casos que citámos, isso aconteça, facto que me faz ter alguma consideração por Jorge Coelho, que enquanto Ministro da Administração Interna, há cerca de dezasseis anos,  após a queda da Ponte de Entre – os – rios, imediatamente se demitiu  assumindo a responsabilidade política do desastre, não tendo sido no entanto possível, como é hábito neste país à beira mar plantado, determinar responsabilidades a outros níveis, tendo nesse aspecto a culpa morrido solteira.

Em Entre-os-rios, e posteriormente nos acidentes que ocorreram nestes últimos dois anos, podemos constatar que em todos eles a proteção Civil, vulgo Defesa Civil, denominação que este organismo tem na maior parte dos países aliados congéneres, falhou redondamente, bem como as administrações locais e nacionais com responsabilidades inerentes às funções públicas que exercem .

  Esperamos que desta vez a culpa não morra, como de costume, solteira, e que se apurem responsabilidades doa a quem doer. O povo começa a estar cansado de tantos acidentes e de tanta irresponsabilidade.

Nuno Miguel Pascoal Dias Pereira da Silva.

Coronel de Infantaria na Reserva.