Opinião

“Os Carrilhões do nosso contentamento”

Após 20 anos de paragem os carrilhões do Palácio Nacional de Mafra vão-se fazer de novo ouvir. São esperadas milhares de pessoas para, no dia 2 de Fevereiro pelas 15 horas celebrar a cultura, a música e o nosso Património Mundial.

Será um dia especial para os mafrefenses, um dia para “gente feliz com lagrimas” nos quais orgulhosamente me incluo. Os Carrilhões são para a gente da minha terra muito mais do que sinos, são a expressão sonora de ser de Mafra. Guardamos memórias coletivas e pessoais dos carrilhões, relembramos as tardes de domingo em que Francisco José Gato tocava com mestria e preenchia toda a Vila com melodias. Foram duas décadas em que ao olhar para as torres sineiras  do Palácio sentíamos uma profunda tristeza, revolta e descontentamento, esse tempo acabou. Agora, com a aposta clara na recuperação de todo o conjunto patrimonial, com os seis órgãos em pleno funcionamento, com os carrilhões recuperados e com a vinda do Museu da Musica, Mafra será a capital da musica nacional.

O  dia 2 de fevereiro de 2020 não é o fim do processo, o que começa a partir desse dia é um desafio para o qual todos estão convocados. Trazer ainda mais valências para Mafra, trazer o ensino da musica e das artes, captar estudiosos e estudantes, trazer o Conservatório Nacional , efetuar protocolos com instituições e universidades e aproveitar a dinâmica do crescimento das visitas ao Palácio para, em conjunto com a Tapada Nacional e Jardim do Cerco, criar uma nova centralidade no país.

Temos uma grande responsabilidade, não deixar que todas estas potencialidades sejam desperdiçadas.

Pedro Fernandes Tomás