Opinião

O HUMORISTA DE SERVIÇO

Há COISAS ASSIM…POTPOURRI

Vai ter salário alto na SIC. Não tão grande quanto merecia, pois vai ganhar menos do que a nossa “vizinha” que fala estridentemente e de gargalhada ainda mais alta. E muito menos que alguém que dá pontapés na bola.

Ora para quem como eu estou “usado” para não dizer velho, tenho visto com alguma preocupação que todo o português “chora” salários, até o mínimo, de quem merece, e depois adora discutir os Milhões dos homens da bola. Sem olhar às chorudas reformas de políticos, banqueiros e outros mais que apenas trabalharam meia dúzia de anos, roubaram e estão a ser julgados, sem deixarem de receber ordenados de sonho, pois ninguém sequer sonha com tais verbas.

É tempo de termos prémios em concursos televisivos de Milhões, em vez de prémios miseráveis, alguns só tachos e panelas, de termos salários para quem sabe trabalhar, quer na política quer no que quer que seja, mas de muitos algarismos.

Para além dos cursos, das faculdades e de todas as formações um médico, um enfermeiro, ou quem trabalhe na saúde tem que ter um bom salário. Quem trabalhe com crianças ou idosos, tem de ter um bom salário, senão arriscamo-nos a não ter bons profissionais, pois emigram para qualquer lado que pague justamente. Já pensou em limpar a porcaria, da caca, do mijo, dos idosos ou dos bebés? Então, e com carinho ter de fazer das tripas coração, para bem tratar velhos e velhas mal cheirosas terá de ser bem pago. Servir de criado a gente bêbada ou malcriada em restaurantes apertados sem espaço para acrobacias para servir o que quer que seja, com cordialidade, sorriso aberto, e rapidinho…com o salário mínimo? Então vá lá servir você!

E muitos mais poderíamos enumerar que teriam de ser bem pagos…diria mesmo extremamente bem pagos. Ora um artista que escreve, representa, cria, sendo palhaço ou não…tem de ser bem pago. E sem medos.

Já tentou subir a um palco e fazer rir alguém, sem ser pelo ridículo da situação? É capaz? Então terá de treinar e correr o risco de ser bom e bem pago.

Não é para todos. Fazer rir, escrever, desenhar, pintar, representar, dançar, coreografar, cantar, tocar, e sobretudo ser criativo no sentido de saber colocar no terreno as peças certas, construir, fazer, pôr em acção, ser o tal nome de que tanto se fala em descobrir “os empreendedores.”

Não se aprende. Melhora-se, naturalmente, mas nasce com a pessoa, são casos raros, por isso têm de ser bem pagos. Sem medos. E sem hipocrisias. Até porque tal como o jogador de futebol são profissões de desgaste rápido. De curta duração.

Digo eu, não sei…pois não sou nenhum malandro.

Helder Martins

Aposentado com isenção de horário